"Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares". (Salmo 51:1-4)
Termos a Bíblia como nosso referencial de vida nos livra de acusações terríveis. Vou dizer o que aprendi com o texto acima escrito pelo rei Davi.
Observe o estado de arrependimento em que ele se encontra. As acusações de sua própria consciência e do adversário ecoam mente adentro. Imagino o sentimento de culpa; de querer voltar no tempo; de se achar um nada; de querer desaperecer por uns tempos... E antes disso ele enumera algumas qualidades do Senhor Deus. O que torna mais árduo o reconhecimento da falha latente, do delito fatídico.
Creio que toda essa acusação cai por terra quando ele ora: "Contra ti, contra ti somente pequei". A partir daí o inimigo perde terreno nesta consciência amargurada. É como se Davi já soubesse o que o apóstolo Paulo escreveria na carta aos Romanos: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito," (Rm 8:1); e na carta para os Colossenses: "E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz." (Cl 2:13-14). É como se Davi estivesse no lugar daquela mulher que seria apedrejada por ser apanhada em adultério. Jesus "disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais" (Jo 8:10-11). Não podemos deixar com que o inimigo aproveite a nossa fraqueza após algum pecado cometido. O que ele deseja é roubar a possibilidade de sermos perdoados pelo Senhor. Toda a artimanha se baseia no princípio de não acreditarmos na possibilidade do perdão de Deus. Então aprenda que o pecado foi cometido contra os preceitos de Deus. Foi Deus quem os criou, então somente a Deus devemos satisfação.
Davi sabia disso, por isso ele se prosta diante do Senhor e diz aquelas palavras de arrependimento. E ele enfatiza muito bem a quem estava se dirigindo, pois não dera ouvidos às acusações do inimigo. Tratou-se logo de prestar satisfação a Deus.
Jesus quer que sejamos livres do pecado (Rm 6:18), por isso ele diz: "Vai-te e não peques mais" (Jo 5:14; Jo 8:11). Não encontro limite ou cota das quais Jesus usa para perdoar, exceto quando diz:
"Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens." (
Mt 12:31). Então se o inimigo o acusa de cometer sempre o mesmo pecado, não deixe de pedir perdão a quem você comete esse pecado. Jesus conhece o seu coração, mas você precisa confessar a ele, precisa dizer que não quer mais cometê-lo.
Não é um mero acaso Paulo dizer na carta aos Romanos:"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." (Rm 7:13-23) Fato é que vivo na Esperança da Glória, Jesus Cristo. Então quem poderá me condenar?
"Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus." (
Rm 8:21);
"Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória." (
Cl 1:27);
"Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim." (
Hb 3:6);
"E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus." (
1 Pe 1:21).
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