O Poder da Palavra de Deus

"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão".
Mateus 10:34-42

"Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo". Malaquias 4:1

"De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.
Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR.
Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas".
Lamentações 3:39, 40, 57

"E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. (...)
Cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;
O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação".

Romanos 4:20-25



domingo, 10 de abril de 2011

Fraqueza de Deus


Boa parte do ateísmo contemporâneo baseia-se na objeção enunciada com muita força no passado por J. P. Sartre e retomada pelos seus discípulos: “Se Deus existe, eu não sou nada”.


Se existe um Deus onipotente, o que ainda sobra para mim? Essa presença ao meu lado do poder absoluto torna irrisórias todas as minhas ações. Diante do infinito, todo o finito torna-se irrelevante. Há muitas maneiras de enunciar o argumento.


A objeção foi formulada desde a Idade Média, mas não conseguiu convencer. A resposta diz que Deus e o homem não se situam no mesmo plano, como duas liberdades em competição.


A resposta não convenceu porque durante séculos os teólogos debateram a questão da predestinação, isto é, da compatibilidade entre a liberdade de Deus todo-poderoso e a liberdade humana. Assim fazendo, situaram no mesmo plano as duas liberdades. Se os teólogos – tomistas, dominicanos e jesuítas – tomaram essa posição durantes séculos, não é estranho que filósofos façam a mesma coisa.


De qualquer maneira, a pessoa sente tantas vezes o conflito entre a sua vontade, o seu desejo e o que diz que é a vontade de Deus, que a reação parece inevitável. Os sartreanos sustentam que, para ser livre, é necessário negar a existência de Deus. Infelizmente para eles, Deus não depende das negações ou das afirmações de Sartre.


A verdadeira resposta está na fraqueza de Deus. O nosso Deus é um Deus “escondido” – tema constante da tradição espiritual cristã.


É um Deus que se manifesta no meio da nuvem, que se faz perceptível, mas não impõe a sua presença.


A liberdade consiste justamente nisto: diante do outro, a pessoa pára, reconhece e aceita que exista. Abre espaço, acolhe. Longe de dominar, escuta e permite que o outro fale primeiro. Assim Deus suspende o poder de Deus.


Nenhuma evidência, nenhuma ameaça, nenhum constrangimento força nem obriga. Deus permite e deixa fazer. Deus respeita o outro na sua alteridade e permite, até mesmo, que o outro se destrua sem intervir. A liberdade de Deus consiste em permitir e ajudar a liberdade do menor dos seres humanos. A liberdade de Deus reprime o poder. Torna-se fraca para que possa manifestar-se a força humana.


O hino de Filipenses 2.6-11, núcleo da cristologia paulina, expressa essa fraqueza de Deus. Pois o aniquilamento de Jesus incluía o aniquilamento do Pai: “Esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de escravo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se a foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.7-8).


Deus escondeu o seu poder até a ponto de as autoridades de Israel não o reconhecerem. É desta maneira que Deus se dirige às pessoas: sem intimidação, sem poder, na dependência de seres humanos, entregando a própria vida nas mãos de criminosos. Quem dirá que dessa maneira Deus faz violência às pessoas?


Como comentou Levinas, o outro é o desafio da liberdade, a provocação que a desperta. Diante do outro há duas atitudes: examiná-lo para ver em que lê me poderia ser útil ou qual é a ameaça que representa para mim, ou então, perguntar-me o que eu poderia fazer para ajudá-lo.


A liberdade de Deus autolimita-se. Diante da sua criatura, Deus limita sua presença. Deus preferiu antes deixar que crucificassem o seu Filho a intervir para impedir tal justiça. Trata-se de fraqueza voluntária.

É verdade que durante muitos séculos, sobretudo na pregação popular, os pregadores apresentaram uma concepção bem diferente de Deus. Usaram temas e comportamentos da religião popular tradicional: medo diante do trovão, medo da seca e de cataclismos naturais – entendidos como castigos divinos –, medo das doenças recebidas também como castigos e assim por diante.


Era fácil despertar o temor a partir de idéias puramente pagãs ou supersticiosas. Essa pregação de terrorismo religioso podia dar resultados imediatos, levando milhares de pessoas aos sacramentos. A longo prazo, porém, destruíram as bases da credibilidade da Igreja. Hoje a maioria das pessoas deixaram de ter medo do trovão, não sendo mais motivo para temer a Deus, como foi no passado. Naquele tempo achou-se válido o método do temor, todavia hoje recolhe-se os frutos dessa pastoral.


Pensou-se que os povos precisassem temer um Deus forte – e desprezariam um Deus fraco. Tais erros se pagam cedo ou tarde. Estamos pagando hoje esse preço.


Deus torna-se fraco porque ama. Quem mais ama é sempre mais fraco. Não será essa a grande característica das mulheres? Quase sempre amam mais, e, por isso, sofrem mais. Porém, nessa fraqueza consentida não estará a maior liberdade?


Nessa fraqueza a pessoa vence todo o egoísmo, todo o desejo de prevalecer, toda a preguiça de aceitar maiores desafios. Exige mais de si própria, vai mais longe, além das suas forças. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (João 15.13). Aí está também a expressão suprema da liberdade.


A fraqueza de Deus vai até a ponto de se tornar suplicante. O versículo predileto do saudoso teólogo latino-americano Juan Luís Segundo diz; “Eis que estou batendo na porta: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo (Apocalipse 3.20).


Deus bate na porta e aguarda. Se não é atendido, afasta-se e continua o caminho. Somente entra se é convidado. Depende do convite da pessoa. Deus torna-se pedinte, suplicante.



*extraído de “Vocação para Liberdade“, publicado pela Editora Paulus.


by José Comblin

grifos: Ricardo Gondim via Pavablog

quinta-feira, 24 de março de 2011

Jesus Abomina a Mediocridade


Há um sentido no qual mediocridade é aquilo que é pertinente à média. Nesse caso, trata-se da existência que se deixa governar pela média, e que teme qualquer expressão de seu próprio ser que não carregue a chancela da maioria.


Ora, neste sentido, pode-se dizer que Jesus ama os medíocres, pois Ele amou ao mundo, e, sem dúvida, a Terra é a habitação da mediocridade travestida de bons costumes, de moral, de etiqueta e da covardia que se deixa domesticar pela vontade da maioria, não importando as amputações existenciais que o individuo tenha que sofrer, desde que se conforme às massas. Todavia, mesmo amando a todo homem, e fazendo-o de modo igual, Jesus, o homem, detestava a mediocridade.


Quando Jesus anunciou que iria para Jerusalém, e disse que lá morreria, Pedro lhe disse: “De modo nenhum Senhor”. A resposta de Jesus foi forte: “Arreda Satanás”. E o que isto tem a ver com o fato de Jesus detestar a mediocridade? “Tu é para mim pedra de tropeço” - acrescentou Jesus a Pedro.

Mediocridade é a boa intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir. Era isto que Pedro estava fazendo. E isso era também parte do repúdio de Jesus. Pedro queria um Cristo medíocre. Um Jesus sobrevivente!

É a mediocridade, por mais cheia de boas intenções que seja, que diz “de modo nenhum” a tudo aquilo que possa parecer risco de vida, ou melhor: chance de morte; ou mesmo de uma existência diferente.


A mediocridade é o que nos incita a crer que apenas os seres “abomináveis” da terra é que podem ser associados à Satanás. A mediocridade é o que determina qual é o público do diabo, e quais as ofensas que mais ofendem a Deus. Isto porque é o medíocre que enxerga no diferente o ser abominável, e nos demais, iguais a ele mesmo em conduta exterior, aqueles que jamais seriam objeto de um veemente “Arreda Satanás, pois tu me és motivo de tropeço”.

Mas para Jesus a mediocridade é uma ofensa terrível, é a pior forma de possessão demoníaca que pode assolar um homem, visto que o possuiu em-si-mesmo, e não como uma invasão alienígena.


Satanás habita a mediocridade dos que pensam que podem dizer “De modo nenhum” até para Jesus. O problema é que a Religião tem essa pretensão! E é assim que age quase o tempo todo!


Ora, houve outra ocasião, tempos depois, quando Pedro, outra vez disse: “De modo nenhum, Senhor”. Isto aconteceu antes dele ser informado por um anjo do Senhor que deveria sair de Jope e ir até a Cesárea marítima a fim de anunciar o Evangelho na casa do pagão Cornélio (Atos 10). Descia do céu um lençol com toda sorte de animais abomináveis, e Pedro recebia a ordem de que deveria comê-los. Era uma visão. Mas o apóstolo dizia: “De modo algum, Senhor, visto que em minha boca nunca entrou nada comum ou imundo”. A Palavra de Jesus a Pedro naquela visão foi a de sempre: “Não consideres comum ou imundo aquilo a que Deus santificou”.


O medíocre não se afasta do cardápio da média; e nem consegue enxergar santidade naquilo que não parece com ele mesmo, nem com sua cultura, nem com seu meio social ou religioso. Em minha opinião, na maioria das vezes essa foi a diferença entre Paulo e os “outros”. Paulo não sofria de mediocridade, daí o Evangelho que pregava ter sido tão superior em consciência e qualidade.


Assim, se alguém tem devoção às instituições de valor determinadas pela religião, sem dúvida tal pessoa só será salva da mediocridade se Deus a forçar a comer aquilo que ela abomina. Somente o genuíno Evangelho da Graça pode nos salvar da mediocridade, posto que somente na transcendência ao que é terreno e pertencente ao mundo das falsas aparências, é que o coração será liberto do satanás que se faz adversário de toda diferença. Onde quer que haja “uniformidade” e onde quer que haja senso de sobrevivência que se ponha acima do chamado para a individualidade, aí, tenha certeza, há o espírito de Satanás.

E isto pode vir disfarçado do que for, mas se disser: “De modo algum Senhor”—, então, é a vontade do diabo que se está praticando, pois Satanás é o pai de todas as formas de clonagem.


Assim, eu repito:

Mediocridade é a intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir. E isto gera repúdio em Jesus…

Ora, Ele não aceitou isto para Ele mesmo, como poderia consentir com isto para os outros, aos quais Ele veio salvar, por mais diferentes que pareçam da média?

Pense nisto!


by Caio Fábio


Fonte: site do Caio Fábio via Pavablog

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Minha Vida sem Deus


Outro dia me surpreendi me perguntando como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Em termos positivos, quis saber a respeito da função de Deus em minha vida (já sei, você vai dizer que reduzi deus a uma coisa e estabeleci com ele uma relação mecânica e funcional, mas deixa pra lá, você vai ver que não é isso, só estou usando a melhor palavra que achei).

O primeiro impulso foi na direção da questão ética: Deus é minha matriz de certo e errado, bem e mal. Há muita coisa que faço e deixo de fazer na vida por acreditar que Deus é um padrão a ser seguido ou obedecido, não necessariamente por causa de Deus em si, mas a bem de quem o obedece ou segue: algo como seguir as orientações de um manual de instruções – você pode fazer do seu jeito, mas a coisa não vai funcionar, e o resultado não é que o manual vai ficar triste ou bravo com você, mas que a coisa não vai funcionar mesmo.

Logo depois desta conclusão rápida, me pareceu óbvio que Deus não seria a única alternativa para que eu tivesse uma orientação ética: os ateus e agnósticos também têm sua ética. O passo seguinte foi imaginar que outra função Deus ocuparia em minha vida além da referência ética.

Provavelmente você afirmaria o óbvio: Deus é aquele que cuida de mim, me protege, provê para o meu bem e minha felicidade. Embora eu acredite nisso, na verdade, não me basta, pois a vida está cheia de acontecimentos que me induziriam a acreditar exatamente o contrário. Caso eu dissesse a um cético que Deus é como um pai, mas um pai todo-poderoso que cuida de mim, certamente eu seria bombardeado de perguntas.

Como disse Robert De Niro: “Se Deus existe, ele tem muito o que explicar”. Além disso, estar sob o cuidado de um superprotetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.

A ideia de um ser lá em cima fazendo e acontecendo aqui em baixo, como um mestre enxadrista que faz dos seres humanos peças num tabuleiro cósmico nunca me agradou. Mas mesmo assim, acredito nisso: sou daqueles que acredita que Deus está no controle do universo e da história. O que quero dizer é que não acredito em deus como se as coisas que acontecem ou deixam de acontecer fossem resultado de decisões divinas, do tipo: vou dar este emprego pra ele? vou curar esta criança? vou dar este câncer de mama para ela? vou fazer com que eles se casem?, e assim por diante, como se Deus fosse uma máquina de decisões que não para nunca e afeta tudo quanto existe em tudo quanto é lugar em relação a todo mundo.

A maneira como percebo Deus é mais ou menos como percebo o sol: ele simplesmente está lá. Acredito em Deus mais ou menos assim: Deus está, ou se preferir, Deus é. Assim como o sol irradia seu calor sem cessar, também Deus afeta tudo em todo lugar em relação a todo mundo. O sol não precisa tomar decisões: ele simplesmente está lá. Assim também em relação a Deus.

É verdade que nem todas as pessoas e nem todos os lugares são afetados pelo sol, e também que as pessoas e lugares que são afetados pelo sol experimentam o sol de maneira diferente e com conseqüências as mais variadas. Mas não por causa do sol. O sol está sempre lá e é sempre do mesmo jeito. O que muda é a realidade sobre a qual o sol incide: se a pessoa está à sombra é afetada de um jeito, se está descoberta é afetada de outro; o fruto do topo da árvore é afetado de um jeito, escondido entre as folhas, de outra; a água do lago é afetada de um jeito, empoçada, de outro; uma planta em boa terra e irrigada é afetada de um jeito, em solo ruim e seca, de outro. O sol está sempre lá e do mesmo jeito, aqui embaixo é que as coisas são diferentes.

Assim também em relação a Deus. Ele é, e sempre do mesmo jeito, as condições que lhe são dadas é que mudam: uma criança sozinha na rua e outra num ambiente familiar de afeto e amor; um homem que aproveitou bem suas oportunidades de estudo e formação profissional e outro que não teve a mesma sorte; alguém com uma doença congênita e outra pessoa com propensão atlética; a periferia do Haiti e o condomínio na Califórnia. Deus é, e sempre o mesmo, fluindo de maneira plena e equânime sobre tudo e todos, em todo tempo e lugar. As realidades sob sua influência é que são distintas. Por esta razão as conseqüências de sua influência são diversas e jamais podem ser padronizadas.

Já imagino o que você está pensando. Você acha que acabei de tirar a dimensão pessoal de Deus, e passei a tratar Deus como uma força ou uma energia. Faz sentido, mas tenho uma saída. A diferença entre Deus e uma força ou energia é que as forças e energias não afetam dimensões pessoais. Por exemplo, não é possível prescrever 30 minutos de banho de sol para adquirir capacidade de perdoar, 20 minutos de banho de chuva para se livrar do vício de mentir, ou 45 minutos de banho de luz para se encher de compaixão. Essas coisas: amor, perdão, misericórdia, justiça, solidariedade, pureza de coração, alegria e saudades são atributos pessoais, relativos a seres conscientes, auto-conscientes, com capacidades afetivas-emocionais, intelectuais e racionais, e volitivas. Por esta razão, o sol é apenas uma metáfora – incompleta, como toda metáfora – para Deus.

Deus não é uma energia ou uma força impessoal, mas o Ser–em–Si, fundamento pessoal de toda a realidade existente. Como disse São Paulo, apóstolo: em Deus somos, nos movemos e existimos.

Dallas Willard me ajudou muito a compreender isso quando afirmou que a principal maneira como somos afetados por Deus é através de “pensamentos e sentimentos que são nossos, mas não tiveram origem em nós”. Esta é minha experiência de Deus. Continuo acreditando que Deus está no controle de tudo, é livre para tomar decisões e afetar a realidade conforme sua vontade, cuida de mim e de todo mundo, faz e acontece na história e nas minhas circunstâncias, dispões de pessoas para a vida e para a morte, e o que mais você quiser ou considerar necessário atribuir como capacidade e direito a alguém que seja chamado Deus, afinal, por definição, Deus é incondicionado e ilimitado. Mas todas estas coisas atribuídas a Deus me são imponderáveis e inacessíveis. O que me afeta de fato é que crendo em Deus e conscientemente me submetendo a Ele, experimento pensamentos e sentimentos que são meus, mas não têm origem em mim. Sou levado a um estado de ser ao qual jamais conseguiria chegar sozinho. Deus é meu interlocutor amoroso. Deus é meu companheiro de viagem.

O que acontece fora de mim, se Deus faz ou deixa de fazer, se foi ele quem fez ou deixou de fazer, não me diz respeito, minha razão não alcança, e, portanto, não é objeto de minha preocupação para caminhar pela vida. Mas o que acontece dentro de mim, isso sim, é tudo quanto eu tenho e me basta. Tudo quanto tenho para orientar a minha peregrinação existencial são sentimentos e pensamentos que são meus, muitos deles que não tiveram origem em mim. Isso é questão de fé. E essa é a minha fé: estou sob Deus, suplicante e humildemente dependente de seu amor para me tornar tudo quanto estou destinado a ser, independente do que me possa acontecer.

A mim me basta saber que em pastos verdejantes às margens de águas puras e cristalinas, ou no vale da sombra da morte, nada preciso temer, pois Deus está comigo, refrigerando-me a alma, guindo-me pelos caminhos da justiça por amor do seu nome. A mim me basta saber que se Deus é por mim, ninguém pode ser contra mim, pois nada pode me separar do amor de Cristo: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Não sei como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Muito menos se Deus não acreditasse em mim. E nem quero saber.


by René Kivitz


domingo, 31 de outubro de 2010

Hoje é meu aniversário. Me disseram: "Você é um bruxinho" Respondi, sem titubear: Nada disso! SOU PROTESTANTE!

Halloween o caramba, viva a reforma protestante!

Fico pensando, quanto tempo perdemos combatendo o Halloween. É uma cultura americana, vivida por americanos, imitada por brasileiros e sem a força que as pessoas dão a ela. Os blogs estarão explodindo de post falando do que é halloween, da história do cabeça de abóbora, do diabo e tudo mais.

Mas esquecem de falar o mais importante, dia 31 de outubro é o dia da reforma protestante! Gente com Lutero, Calvino, Zuínglio e toda essa turma, deu o sangue por esse movimento que nos garantiu emancipação da ICAR. Tava tudo errado e os caras deram um basta no halloween espiritual que os padres estavam promovendo na época.

Ao invés de "um doce ou uma travessura", eles diziam: "Dinheiro vivo na minha mão ou uma alma no purgatório". Graças a Deus pela reforma protestante! Diante desse acontecimento tão grandioso, eu faço aquela cabeça de abóbora do Halloween de capacete e saio correndo por aí gritando "viva Lutero"!!!!!!!!

E no mais, tudo na mais santa paz!





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Martinho Lutero

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A RELEVÂNCIA DA REFORMA

A Reforma Protestante do século XVI foi um fenômeno variado e complexo, que incluiu fatores políticos, sociais e intelectuais. Todavia, o seu elemento principal foi religioso, ou seja, a busca de um novo entendimento sobre a relação entre Deus e os seres humanos. Nesse esforço, a Reforma apoiou-se em três fundamentos ou pressupostos essenciais:


1. A centralidade da Escritura


Os reformadores redescobriram a Bíblia, que no final da Idade Média era um livro pouco acessível para a maioria dos cristãos. Eles estudaram, pregaram e traduziram a Palavra de Deus, tornando-a conhecida das pessoas. Eles afirmaram que a Escritura deve ser o padrão básico da fé e da vida cristã (2 Tm 3:16-17). Todas as convicções e práticas da Igreja deviam ser reavaliadas à luz da revelação especial de Deus. Esse princípio ficou consagrado na expressão latina “Sola Scriptura”, ou seja, somente a Escritura é a norma suprema para aquilo que os fiéis e a Igreja devem crer e praticar. Evidentemente, tal princípio teve consequências revolucionárias.


2. A justificação pela fé


Outro fundamento da Reforma, decorrente do anterior, foi a redescoberta do ensino bíblico de que a salvação é inteiramente uma dádiva da graça de Deus, sendo recebida por meio da fé, que também é dom do alto (Ef 2:8-9). Tendo em vista a obra expiatória realizada por Jesus Cristo na cruz, Deus justifica o pecador que crê, isto é, declara-o justo e aceita-o como justo, possuidor não de uma justiça própria, mas da justiça de Cristo. Essa verdade solene e fundamental foi afirmada pelos reformadores em três expressões latinas: “Solo Christo”, “Sola gratia” e “Sola fides”. Justificado pela graça mediante a fé, e não por obras, o pecador redimido é chamado para uma vida de serviço a Deus e ao próximo.


3. O sacerdócio de todos os crentes


Igreja Medieval era dividida em duas partes: de um lado estava o clero, os religiosos, a hierarquia, a instituição eclesiástica; do outro lado estavam os fiéis, os leigos, os cristãos comuns. Acreditava-se que a salvação destes dependia da ministração daqueles. À luz das Escrituras, os reformadores eliminaram essa distinção. Todos, ministros e fiéis, são o povo de Deus, são sacerdotes do Altíssimo (1 Pedro 2:9-10). Como tais, todos têm livre acesso à presença do Pai, tendo como único mediador o Senhor Jesus Cristo. Além disso, cada cristão tem um ministério a realizar, como sacerdote, servo e instrumento de Deus na Igreja e na sociedade. Que esses princípios basilares, repletos de implicações revolucionárias, continuem sendo cultivados e vividos pelos herdeiros da Reforma.



by Alderi Souza de Matos

Fonte: http://www.mackenzie.br/6973.html

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Temor e o Tremor da Cegueira

Nos tempos antigos era dito que os homens de fé "andaram no temor de Deus" e "serviam ao Senhor com temor". Por mais íntima que fosse a sua comunhão com Deus, por mais ousadas fossem as suas orações, sua vida religiosa apoiava-se no conceito de um Deus aterrador. Essa concepção de um Deus excelso desenvolve-se através de toda a Bíblia e dá tonalidade e cor ao caráter dos santos. Esse temor a Deus era mais que um medo natural do perigo; tratava-se de um temor irracional, um sentimento agudo de insuficiência pessoal na presença do Deus Todo-Poderoso.
A Transcendência Divina - by A. W. Tozer

Quando falamos da transcendência de Deus, queremos dizer naturalmente que Ele é exaltado muito acima do universo criado, tão acima que o pensamento humano não pode concebê-lo.

A fim de poder pensar acertadamente a esse respeito, temos de ter em mente que "muito acima" não se refere à distância física da terra, mas à qualidade de existência. Não nos preocupamos com a localização no espaço nem com a altitude, mas com a vida.

Deus é espírito, e para Ele a magnitude e a distância nada significam. Nós as utilizamos como analogias e ilustrações, e assim Deus Se refere constantemente a estas palavras quando fala à nossa limitada compreensão. As palavras de Deus em Isaías (57-15): "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade", nos dão uma impressão distinta de altitude, mas isso é porque nós que habitamos num mundo de matéria, espaço e tempo temos a tendência de pensar em termos materiais e só compreendemos as ideias abstratas quando elas se identificam de alguma forma com coisas materiais. Em sua luta para libertar-se da tirania do mundo natural, o coração humano precisa aprender a traduzir a linguagem que o Espírito usa para nos instruir, traduzir de forma ascendente.

É o espírito que dá significado à matéria e separado do espírito nada tem valor, afinal. Uma criancinha se afasta dum grupo de acampantes e se perde numa montanha, e imediatamente toda a perspectiva dos membros do grupo se transforma. Toda a admiração que momentos antes eles estavam demonstrando pela natureza dá lugar ao desespero pela perda da criança. O grupo se espalha pela montanha, chamando o nome da criança e procurando ansiosamente em todo canto remoto onde a pequenina pudesse esconder-se.

O que causou essa mudança súbita? A montanha coberta de árvores belas ainda se levanta até as nuvens com sua beleza arrebatadora, mas ninguém mais a nota. Toda a atenção se focaliza na busca duma meninazinha de cachos loiros, que não tem nem dois anos e que pesa menos de quinze quilos. Embora tão nova e tão pequenina, ela é para os seus pais e amigos mais preciosa do que toda a antiga e imensa montanha que admiravam poucos minutos antes. E todo o mundo civilizado concorda com o seu ponto de vista, pois a meninazinha pode amar e rir, falar e orar, e a montanha não. É a qualidade da existência da criança que lhe confere valor.

Não devemos porém comparar a existência de Deus com outra qualquer, como há pouco comparamos a montanha com a criança. Nem devemos pensar em Deus como o mais elevado numa ordem crescente de seres, começando duma única célula e passando do peixe à ave, ao animal, ao homem, ao anjo ou querubim, e chegando afinal até Deus. Isso daria a Deus eminência, e até mesmo preeminência, mas não basta. Precisamos dar-lhe transcendência, no sentido mais amplo da palavra. Deus está sempre à parte, em Sua luz inatingível. Está tão acima de um arcanjo quanto duma lagarta, pois o abismo que separa o arcanjo da lagarta é finito, enquanto o abismo que separa Deus e o arcanjo é infinito. A lagarta e o arcanjo, embora muito distantes um do outro na escala das coisas criadas, mesmo assim estão unidos pelo fato de terem sido ambos criados. Os dois pertencem à categoria daquilo que não-é-Deus e estão separados dEle pela própria infinitude.

Dentro do coração que quer falar a Deus, lutam sempre a compulsão e a reticência.

Como ousarão os mortais pecaminosos
Cantar a Tua graça e Tua glória?
Sob os Teus pés prostramo-nos, distantes,
E vemos só as sombras da Tua face.
by Isaac Watts

Nós nos consolamos, no entanto, com a idéia de que é Deus que coloca em nossos corações o desejo de buscá-Lo, tornando possível conhecê-Lo em parte, e Ele se agrada do mais frágil esforço para torná-Lo conhecido.

Se algum observador ou santo que tivesse passado séculos ao lado do mar de fogo descesse à terra, como seria sem significado para ele a tagarelice incessante dos homens. Como lhe seriam estranhas e como pareceriam vazias as palavras triviais, áridas e inúteis que hoje se ouvem na maioria dos púlpitos todas as semanas. E se esse alguém fosse falar aqui na terra, não falaria sem dúvida de Deus, fascinando os seus ouvintes com as descrições extasiadas da Divindade? E depois de ouvi-lo, será que consentiríamos novamente em aceitar qualquer coisa inferior à teologia, a doutrina de Deus? Não exigiríamos depois de tal experiência, que nos falassem tão-somente da visão do próprio Deus ou então que se calassem totalmente?

Ao ver a transgressão do ímpio, o coração do salmista lhe revelou o que acontecera. "Não há temor de Deus diante dos seus olhos." (Salmo 36:1). Ao dizer isso, ele expôs a psicologia do pecado. Quando os homens deixam de temer a Deus, transgridem as Suas leis sem hesitação. O medo das consequências não detém o pecado quando desaparece o temor de Deus.

Nos tempos antigos era dito que os homens de fé "andaram no temor de Deus" e "serviam ao Senhor com temor". Por mais íntima que fosse a sua comunhão com Deus, por mais ousadas fossem as suas orações, sua vida religiosa apoiava-se no conceito de um Deus aterrador. Essa concepção de um Deus excelso desenvolve-se através de toda a Bíblia e dá tonalidade e cor ao caráter dos santos. Esse temor a Deus era mais que um medo natural do perigo; tratava-se de um temor irracional, um sentimento agudo de insuficiência pessoal na presença do Deus Todo-Poderoso.

Em todas as ocasiões em que Deus aparece aos homens nos tempos bíblicos os resultados foram os mesmos — uma sensação esmagadora de terror e espanto, um sentimento opressivo de pecado e culpa. Quando Deus falou, Abraão se lançou ao chão para escutar. Quando Moisés ouviu o Senhor na sarça ardente, escondeu o rosto temeroso para não vê-lo. A visão que Isaías teve de Deus, fê-lo exclamar: "Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros".

O encontro de Daniel com Deus foi talvez o mais terrível e maravilhoso de todos. O profeta levantou os olhos e viu Aquele cujo "corpo era como o berilo, o seu rosto como um relâmpago, os seus olhos como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido, e a voz das suas palavras como estrondo de uma multidão. Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam. Fiquei, pois, eu só, e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e ouvindo-a, caí sem sentido, rosto em terra." (Daniel 10:6-9)

Estas experiências demonstram que uma visão da transcendência divina acaba com toda a controvérsia entre o homem e o seu Deus. O homem perde toda a sua valentia e no final está pronto a perguntar brandamente como Saulo, depois de vencido: "Senhor, que queres que eu faça?" Em contraste, a autoconfiança da maioria dos cristãos de hoje, a frivolidade básica que se faz presente em tantas das nossas reuniões religiosas, o chocante desrespeito à Pessoa de Deus, evidenciam claramente a profunda cegueira dos corações. Muitos se chamam pelo nome de Cristo, falam muito a respeito de Deus, e por vezes oram a Ele; mas evidentemente não sabem Quem Ele é. "O temor do Senhor é fonte de vida", mas esse temor santo não é quase encontrado hoje entre os cristãos.

Certa vez, ao conversar com o seu amigo Eckermann, o poeta Goethe começou a falar de religião e mencionou o abuso do nome de Deus. "As pessoas O tratam, como se o Ser Altíssimo e Incompreensível, que se encontra além do alcance do pensamento, pudesse comparar-Se a elas. Como contrário, não fariam referências ao "querido Deus, bondoso Deus, Senhor Deus". Estas expressões se tornam, principalmente para o clero, que as tem continuamente em sua boca, simples palavras, nome estéril ao qual significado algum é atribuído. Se estivessem realmente impressionados com a Sua grandeza, emudeceriam, e, em demonstração de reverência, evitariam nomeá-Lo"

Senhor supremo, entronizado na amplidão,
Fulgura a Tua luz no sol e nas estrelas.
És Tu o centro, és Tu a alma das esferas,
No entanto, quão próximo do amoroso coração.

Senhor de toda vida, nas alturas e na terra,
Cuja luz é verdade, cujo fogo é amor,
Ante o Teu trono que a tudo ilumina,
Não temes de pedir que haja brilho em nós.



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Betel x Jaboque - O que Importa para um Verdadeiro Cristão?

Tudo o que alguns veem é o que podem tirar disso. Para eles, a expiação significa meramente saúde, riqueza, prosperidade, e libertação da maldição da pobreza. Estão cegos ao verdadeiro significado da vitória de Cristo na cruz; cegos ao Seu poder sobre o pecado! Cegos à liberdade para se sacrificar, sofrer, e servir voluntariamente para o avanço do Seu reino sobre a terra! Suportar as dificuldades, e sofrer a perda de tudo, se necessário, para ganhar uma coroa incorruptível.

Jaboque! - O Lugar da Submissão Absoluta
by David Wilkerson

Jaboque! Isso pode ter significado nada para você até agora - mas após ler esta mensagem, deverá se tornar uma das mais importantes palavras de seu vocabulário espiritual.

Jaboque é o lugar onde Jacó lutou com o Senhor. É onde ele fez sua rendição total a Deus. É onde recebeu um novo caráter, e um novo nome: Israel. É onde deitou abaixo seu último ídolo, e teve sua maior vitória.

"Levantou-se naquela mesma noite... e transpôs o vau de Jaboque" (Gênesis 32:22).

Jaboque quer dizer: "lugar da travessia". Também representa luta; esvaziar e transbordar. Que tremenda verdade é revelada nesse local chamado Jaboque. Tem tudo a ver conosco nos dias de hoje. É o lugar onde o povo de Deus descobre o segredo do poder contra todo pecado que assedia. Representa uma crise de vida ou morte - uma crise que leva à rendição absoluta.

Não pode haver vitória gloriosa sobre o ego e o pecado enquanto você não for a Jaboque. Chega uma hora em que precisamos "resolver as coisas com Deus". Temos de enfrentar a nós mesmos, e nos esvaziar de todos maus desejos e ambição própria.

No passado, os crentes aprenderam que há duas travessias na vida do cristão: o mar Vermelho e o rio Jordão. A travessia do mar Vermelho representa sair do mundo. Fala de um novo começo. Simboliza "ser salvo". Muitos do povo de Deus saem do Egito, mas nunca entram na Terra Prometida. Ficam presos no deserto da incredulidade, do medo, da confusão. Deixam o mundo, mas nunca entram na alegria do Senhor.

Uma outra travessia é exigida - o Jordão! O Jordão representa um compromisso de se manter com o Senhor. Batismo nas águas! Leitura da Bíblia! Testemunho! Desejo de crescer em Cristo! É um passar para uma vida de louvor. Para muitos, a Terra Prometida representa a plenitude do Espírito Santo. Um batismo no, e com, o Espírito Santo.

Não é só isso? Uma Terra Prometida? Uma Canaã espiritual para os filhos de Deus? Salvos, batizados, e cheios do Espírito Santo?

Os filhos de Israel entraram na Terra Prometida. Receberam sua herança. Mas nunca entraram efetivamente no repouso que Deus desejava que entrassem! Esses filhos de Deus, tementes a Ele, dirigidos pelo Espírito, ainda tinham pecado no coração! Tinham corações presos à luxúria secreta e à idolatria.

É trágico que o mesmo seja real ainda hoje. Multidões de crentes cheios do Espírito, e dirigidos pelo Espírito - nunca conheceram o verdadeiro repouso de Deus! Sua paz é perturbada por uma consciência com problemas. Deus disse, em relação a Israel "que não puderam entrar por causa da incredulidade... Portanto, resta um repouso para o povo de Deus" (Hebreus 3:19 e 4:9).

É possível ser salvo, cheio do Espírito, totalmente dedicado à obra do Senhor, e ainda estar preso a um pecado secreto! É possível expulsar demônios no nome de Cristo, curar os enfermos, realizar milagres, discernir, produzir grandes obras, tudo em nome de Jesus Cristo - e ainda ser um obreiro da iniquidade amarrado ao pecado.

Só Deus sabe quantos cristãos carregam o peso do pecado secreto, ou da lascívia devastadora. Multidões jamais experimentaram vitória e livramento total de pecados que os assediam. Muitos jovens cristãos dedicados enfrentam uma batalha perdida contra o pecado habitual. Lutam contra o desejo por drogas, por álcool, sexo. Eles amam ternamente o Senhor - mas há "aquela coisa em suas vidas". Odeiam isso, mas continuam. Não querem abandonar Cristo, ou voltar para o mundo. Mas ainda há um ídolo que eles não parecem conseguir entregar.

E, sim, os homens e mulheres de Deus - incluindo ministros do Evangelho - que brigam contra um pecado que os acossa! Eles têm fome de Deus. Nem por um instante pensam em se voltar às coisas desprezíveis do mundo. Anseiam pela plenitude de Cristo. Choram por santidade! São verdadeiramente filhos do Deus Altíssimo.

Mas aquela coisa continua. Aquele tal problema. Esse pequeno ídolo! Ele os faz sofrer e os leva às lágrimas. Eles se dilaceram em culpa e condenação. Sentem-se frágeis, sem valor, confusos. Jejuam, oram, prometem - mas de repente são vencidos, e são levados como ovelhas para o matadouro.

Durante anos tenho lutado com a teologia da vitória total contra o pecado! Não quero dizer "perfeição sem pecado". Quero dizer libertação do cativeiro a todo pecado que esteja afligindo constantemente! Pouca gente estudou mais do que eu quanto à doutrina da santificação. Tenho estudado e lido sobre santificação há anos.

Trabalhei com alguns dos maiores escravos do pecado da face da terra. Então, precisava de respostas. Eu precisava de uma mensagem clara e simples sobre como conseguir e manter vitória contra os pecados das drogas, do álcool, da violência, do fumo, do jogo, do sexo ilícito, e vários outros tipos de vícios. Enquanto o Espírito não me mostrou Jaboque, a minha compreensão era incompleta.

E os cristãos, incluindo ministros que mantém casos secretos de amor? E os esposos e esposas que deixam o casamento, na esperança de achar alguém que lhes agradará mais? Muitas vezes eles mentem referindo uma situação horrível no lar - como desculpa para os casos secretos de amor. Com frequência ficam desesperadamente envolvidos com outros.

A luxúria sexual - adultério, fornicação - está varrendo a igreja nesses dias como peste negra. Não há vitória contra essa lascívia descontrolada? Será que um verdadeiro filho de Deus precisa atravessar a vida sempre escravo do pecado que o assalta? Será que não há um lugar de vitória total? Não quero dizer ficar livre da tentação, mas livre de ceder à luxúria.

Há uma terceira travessia - Jaboque!

Jaboque era um tributário do rio Jordão. Era um lugar abandonado. O nosso Jaboque tem de ser enfrentado a sós. Você pode atravessar o mar Vermelho com uma valorosa multidão de remidos que deixa o Egito. Você pode atravessar o Jordão com o vitorioso exército do Senhor em torno. Mas atravessará o Jaboque só! Sem conselheiros, amigos, ajudadores. É uma luta pessoal - só entre você e o Senhor.

"Jacó porém ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia" (Gênesis 32:24).

Jaboque é onde o Jacó em nós dá o último suspiro. É onde Deus trata conosco não apenas em relação ao pecado, mas em relação ao nosso próprio caráter.

Jacó era um homem com problemas, desesperado. Digamos que Deus o tenha colocado contra a parede. Ele estava voltando após muitos anos, por sua herança. Esaú, o irmão de quem havia usurpado a primogenitura, estava indo em sua direção com um exército de 400 homens.

Jacó havia amadurecido de várias maneiras. Ele agora era um pai amoroso. Era obediente ao Senhor, e seguia a ordem de Deus para voltar ao lar. Ele amava a verdade. Era um homem humilde, de oração. Ouça sua prece:

"Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que tiveste com teu servo..." (Gênesis 32:10).

Mas esse servo de Deus - humilde, obediente, de oração, temente ao Senhor, amante da fidelidade - continuava em processo de conciliação! Isso quer dizer: "ceder ao perigo para evitar problema". Paz a qualquer preço inclui concessão!

Em vez de confiar em Deus na crise, ele aparou as arestas. Tentou inventar um jeito de enfrentar o problema. Dividiu o gado em diferentes rebanhos, enviando-o à frente para abrandar o coração do irmão. Bombardeou Esaú com ondas sucessivas de presentes de cabras, camelos, touros, ovelhas, mulas e carneiros.

"Porque dizia: Eu o aplacarei..." (Gênesis 32:20).

Apaziguamento! É nisso que multidões de cristãos entraram! Cedem ao perigo, porque temem não ter saída! Ouve-se isso por todo lado atualmente: "Não dá para evitar! Eu não quero fazer. Odeio o pecado. Mas apesar do meu superesforço, cedo e caio!".

Então vez após outra, nós apaziguamos! Pecamos e confessamos, choramos e confessamos, tentamos descobrir uma saída. Sim, as arestas, os esquemas, as justificações, as desculpas, os planos - tudo em vão. Parecemos fracos contra necessidades e desejos devastadores.

Obediente! De oração! Buscando a fidelidade! Humilde! Amoroso! Bondoso! Temente a Deus! Mas continua aquele pontinho negro! Permanece uma resistência secreta no fundo do coração. Continua o apaziguamento, a maquinação - continua um ídolo em pé - ainda não totalmente entregue. Ainda não sob o senhorio total de Cristo.

Quero Lhe Mostrar o que Precisa Acontecer em Jaboque!

1. Em Jaboque - a Religião dá Lugar à Espiritualidade!

Uma pessoa pode ser muito religiosa, e não ser nem um pouco espiritual. Jacó havia tido uma experiência muito religiosa em Betel. À caminho de Padã-Arã à procura de uma esposa dentre seu próprio povo, ele teve uma tremenda experiência religiosa.

"E sonhou: eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela." (Gênesis 28:12).

Deus apareceu e fez um acordo com ele! Era uma promessa de bênçãos materiais:

"A terra em que agora estás deitado, eu te darei... na tua descendência serão abençoadas..." (Gênesis 28:13-14).

Jacó grita - "Impressionante - o Senhor está neste lugar." (Gênesis 28:16-17).

Jacó denomina este lugar de Betel, e prossegue em fazer um acordo com Deus. A parte da bênção lhe soa muito bem!

"Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus... e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo" (Gênesis 28:20-22).

Esse acordo soa familiar? Me abençoe, Senhor! Me faça prosperar em todos os meus caminhos! Me dê muito alimento! Vista-me bem! Cuide bem de mim. Aí então O servirei! Aí então darei o dízimo! Dê a mim, para que eu possa Lhe devolver!

Pense nisso: Deus está presente - os céus, abertos! Anjos aparecem! Deus fala! Que experiência religiosa sobrenatural! E tudo que Jacó vê aí é um acordo para terra, alimento, roupas, prosperidade, e sucesso em tudo! Foi uma experiência estritamente religiosa.

Betel é a religião popular de nossos dias. Como Jacó, nossos espíritos de cobiça interpretam as promessas de Deus de modo materialista. Chegamos ao ponto de profanar a preciosa expiação do Senhor Jesus Cristo! Gritando palavras religiosas, falamos do poder do sangue derramado de Cristo. Mas o que estamos dizendo é uma trágica má interpretação daquilo que o Seu sacrifício na verdade consumou.

Tudo o que alguns veem é o que podem tirar disso. Para eles, a expiação significa meramente saúde, riqueza, prosperidade, e libertação da maldição da pobreza. Estão cegos ao verdadeiro significado da vitória de Cristo na cruz; cegos ao Seu poder sobre o pecado! Cegos à liberdade para se sacrificar, sofrer, e servir voluntariamente para o avanço do Seu reino sobre a terra! Suportar as dificuldades, e sofrer a perda de tudo, se necessário, para ganhar uma coroa incorruptível.

O que dizer das multidões que adoram em Betel? E dos pregadores e mestres que ficam presos em Betel - reclamando as promessas de Betel?

Digo que são pessoas religiosas. Algumas podem ser muito religiosas. Como Jacó podem ter experimentado grandes revelações, podem ter visto anjos, e talvez tenham ouvido Deus. Mas em Betel - a carne ainda está no comando. É um lugar de religião - mas não de real espiritualidade. É uma revelação parcial. Vale para todas as bênçãos, enquanto ignora a luta interior íntima! É estar na presença do Senhor, sem tratar da natureza de Jacó! Isso só ocorre em Jaboque.

2. Jaboque é Um Lugar de Submissão Completa!

É o local da vitória total contra todo pecado que assedia! Você não estará pronto para Jaboque enquanto não estiver em desespero! Você tem de chegar ao fim da linha. Seu peso de pecado precisa lhe levar à uma crise de vida ou morte.

Que crise Jacó enfrentou. De um lado, Esaú se aproximava. Do outro estava o próprio Deus, e uma hoste de testemunhas celestiais. Não dava para avançar. Era fim da linha definitivo! A menos que ocorresse um milagre, ele era um homem morto. Seus pecados o haviam alcançado. Por mais de vinte anos ele tinha sido capaz de blefar. Ele havia sobrevivido às custas de esperteza e dissimulação. Não dava mais para prosseguir - nem mais um dia - como no passado.

Jacó foi forçado a se expor diante da atemorizante presença do Senhor - e a se ver como era! Por toda a noite a luta se feriu. Dessa vez Jacó falou sério! Ele queria a liberdade. Ele queria olhar o Senhor e o mundo nos olhos, e saber que estava sendo honesto e santo. Ele queria que a repreensão sobre ele fosse removida. Ele queria livramento.

"Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó" (Gênesis 32:27).

Jacó sabia o quê significava o seu nome: "usurpador de calcanhar". Aquele que engana o irmão, a si próprio, e tenta esconder isso dos olhos flamejantes de Deus. O que o Senhor estava dizendo a Jacó era:

"Olhe para você mesmo - no que se tornou! Não invente desculpas dessa vez! Pelo menos uma vez na vida, enfrente a realidade! Enfrente a verdade - seja honesto ao extremo - ou não haverá vitória!"

E lá de dentro vêm - todo os temores escondidos, e as confissões:

"Deus! Sou falso! Sou tão religioso por fora, mas por dentro uma mentira! Sou um usurpador! Brinquei com fogo por muito tempo! Fiquei arrajando desculpas para meus atos, justificando meu pecado. Me perdoe, Deus..."

Não pode haver vitória alguma contra qualquer pecado que assedia, sem que haja o enfrentamento no ponto final em Jaboque! O temor da justiça e do juízo de Deus contra seu pecado precisa lhe agarrar com determinação. Você tem de enfrentar a realidade de que não é uma pessoa especial, imune à exposição pública e ao julgamento. Você tem de enfrentar o fato de que Deus, em Seu amor, tem de lhe dar um prazo final - uma última chance de obedecer inteiramente!

Não que a Sua graça seja retirada, ou que Seu amor e misericórdia tenham se limitado. Mas chega uma hora quando Deus não pode mais reter o salário do seu pecado! Há uma lei que afirma: "Cobiça concebida gera morte!" O seu pecado lhe descobre!

Você tem de enfrentar a realidade de que não pode continuar vivendo uma mentira. Não importa o quão abençoado você é, não importa o quanto é ungido, não importa que grandes coisas você realizou em Seu nome - Deus não permitirá licença em aberto para continuar pecando! Você tem de obedecer ou então ser exposto a todos - e começar a colher o que plantou.

Enfrente a verdade! Confesse em seus detalhes feios! "Ó Deus, sou adúltero, fornicador. Não sou melhor do que as meretrizes e os homossexuais que ficam se empurrando nas ruas! Sou o maior mentiroso da igreja! Estou enganando a minha família. Não sou o quê as pessoas pensam que eu sou. Eu sei que vou acabar sendo descoberto. Eu sei que terei de pagar o preço pelo que estou fazendo - então assuma isso, Senhor! Faça-o agora! Não quero ter de carregar esse peso nem mais um dia! Me liberte! Cansei de representar!"

Em Jaboque, Cristo nos liberta daquele pecado que nos assedia, transformando a intimidade do nosso caráter.

"Então, disse: Já não te chamarás Jacó e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." (Gênesis 32:28).

Poder de prevalecer através de um novo caráter! Prevalecer quer dizer: "conquistar supremacia, vitória, superioridade". Jacó agora sabia que estava em seu poder o obedecer, porque o Senhor aceitou seu compromisso de submissão.

O nosso Senhor não está interessado simplesmente em nossa vitória sobre certos pecados. Ele quer nos transformar em novas pessoas, com corações puros e mãos limpas. Nós precisamos de uma transformação de caráter.

Só precisou uma única noite desesperadora de enfrentamento da verdade. Uma noite de combate contra a velha natureza! Jacó teve uma profunda mudança em seu corpo e em sua alma. Ele acertou as diferenças com o Senhor, e prevaleceu. O Senhor viu seu desespero, ouviu seu angustiante pedido - e o tocou! O Senhor propositalmente o enfraqueceu! Ele deslocou seu quadril!

Um dos maiores milagres que o Senhor pode operar a nosso favor, é aleijar nossos esforços humanos e nos tornar totalmente dependentes dEle. Você vai sair mancando de Jaboque, humilhado e aleijado - bradando: "Ó Senhor, fiz minha rendição total. Entreguei todos os meus pecados. O meu ídolo foi esmagado. Mas não vou conseguir vitória sem ajuda sobrenatural. O Senhor me trouxe a esse ponto de obediência absoluta - agora, sustente meu compromisso de modo sobrenatural. Faça-me querer e realizar a Sua perfeita vontade".

3. Jaboque é o Lugar dos Céus Abertos

Deus se revela unicamente àqueles que "ficam livres do dolo". Dolo é o erro, desonestidade, pecado escondido!

Ouça a gloriosa promessa que Jesus fez a Natanael, dentre os Seus: "Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! (...) Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores cousas do que estas verás. (...) Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem." (João 1:47-51).

Unicamente ele recebeu essa gloriosa promessa: Natanael, não há dolo ou desonestidade em você. Você é um livro aberto. Sem obras ocultas de pecado! Nada atrapalhando sua vida. A você será dado um céu aberto! Você verá coisas que poucos veem. Revelação plena é sua, pois não há dolo em você!

O nosso Senhor deseja desesperadamente abrir Seu coração para nós, e nos guiar à toda verdade. Mas nosso dolo impede. É por isso que Jaboque é tão necessário! É o lugar para se depositar todos os vestígios finais do dolo, do engano, da desonestidade! Assim os céus estarão abertos para nós! É verdade que os nossos pecados afastam Sua face de nós.

Jacó mudou o nome de Jaboque para "Peniel". Peniel significa "a face de Deus".

"Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva." (Gênesis 32:30).

Jacó agora é um homem espiritual. Nada de falar de bênçãos materiais - terras, comida, roupas, sucesso. Ele havia visto Deus, e tinha sido tocado. Agora deixou de ser gado; agora é Cristo.

Os céus ainda uma vez se abriram. A escadaria reapareceu, com anjos subindo e descendo. Mas agora ele compreendia o significado mais profundo desse céu aberto. Significa acesso ao Pai! Significa conhecê-Lo. Significa sentar-se nos lugares celestiais. Alegria indizível. O brilho de Sua presença. O som de Sua voz. Agora, todos os valores espirituais.

Jacó tinha desperdiçado mais de vinte anos. Ele poderia ter desfrutado anos de céus abertos. Ele poderia ter tido unidade com seu irmão e com Labão. Mas os céus tinham se fechado para ele - por causa do dolo. Sei que eu, também, desperdicei anos preciosos, tendo os céus ficado às vezes como uma barra de metal. Os meus ídolos íntimos - o meu dolo não submisso - trancavam o céu. Eu impedia a chegada da revelação da plenitude de Cristo. Eu tinha senão uma visão parcial.

Mas em Jaboque o Senhor ouviu o meu grito, e me libertou! Fiz um compromisso de segui-Lo em submissão absoluta. E então os céus se abriram para mim de novo! Ainda sou tentado - às vezes falho. Mas sei que a obediência outra vez abrirá os céus para mim.

"Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina..." (João 7:17).

Os céus estão abertos para você? O Senhor está se revelando a você em verdade e em santidade? Se não estiver, você poderá estar bloqueando isso por estar agarrado a um ídolo! Pecado secreto pode ser a causa da sequidão e da sua cegueira espiritual. E não pode haver nem amor e nem unidade na igreja, enquanto o povo de Deus não tiver vidas puras e obedientes.

Sim, somos amados! Mas também vamos ser julgados! O julgamento está se iniciando pela casa do Senhor! A igreja inteira de Jesus Cristo está sendo levada para Jaboque! Nenhum de nós escapará desta crise.

"Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?

Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hebreus 10: 26-31).

Antes de ir para o banco dos réus de Cristo - vá para Jaboque! Julgue a si mesmo em Jaboque, e você nunca será julgado! Ouça o que a palavra do Senhor diz sobre obediência:

"A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça." (Romanos 1:18).

"Pelo que os filhos de Israel não puderam resistir aos seus inimigos; viraram as costas diante deles, porquanto Israel se fizera condenado; já não serei convosco, se não eliminardes do vosso meio a cousa roubada." (Josué 7:12).

"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus." (2 Coríntios 7:1).

"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração." (Tiago 4:8).

"Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar... Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma." (Tiago 1:19-21).



"Freeware" by Copyright © 2002 by World Challenge, Lindale, Texas, USA.


Fonte: http://www.tscpulpitseries.org/portuguese/tsjaboque.htm

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

João Batista era Elias?

Fui a duas palestras numa mesma noite hás umas semanas atrás. Era uma extensão do trabalho, era sobre liderança, eram dois palestrantes um tanto quanto famosos... parecia que ia ser chato e sem lições que me valessem algo. Ledo engano!

Vi princípios bíblicos serem esparramados - desde o Gênesis, passando pelos Evangelhos e finalizado em Jesus Cristo. Caramba!

As palestras foram mais Cristocêntricas do que é dito em muitas igrejas por aí - que estão um tanto quanto Antropocêntricas.

Meus olhos eram marejados constantemente diante de palavras que exaltavam o meu mestre Jesus. Parecia covardia! É claro que para falar de liderança, necessário seria falar em Jesus. Mas quando isso nos surpreende é melhor ainda! Fui pego de surpresa! Não fui para ouvir falar de Jesus ou da Bíblia. Fui para uma palestrazinha dessas quaisquer, oras!

Acredito que essa surpresa se assemelharia se eu entrasse em uma igreja dessas triunfalistas e ouvisse falar de Jesus, porque eu teria ido ouvir falar de dinheiro...

Para provar isso, segue uma das muitas palavras que ouvi acerca do Evangelho de Cristo:



"O Batista, perguntado se era Elias, respondeu que não era Elias: Non sum.

E Cristo, no capítulo onze de S. Mateus, disse que o Batista era Elias: Joannes Baptista ipse est Elias (Mateus 11:14). Pois, se Cristo diz que o Batista era Elias, como diz o mesmo Batista que não era Elias?

Nem o Batista podia se enganar, nem Cristo podia enganar-se: como se hão de concordar logo esses textos?
Muito facilmente. O Batista era Elias e não era Elias: não era Elias, porque as pessoas de Elias e do Batista eram diversas: era Elias, porque as ações de Elias e do Batista eram as mesmas.

A modéstia do Batista disse que não era Elias, pela diversidade das pessoas; a verdade de Cristo, afirmou que era Elias, pela uniformidade das ações. Era Elias, porque fazia ações de Elias.

Quem faz ações de Elias, é Elias, quem fizer ações de Batista, será Batista, e quem as fizer de Judas, será Judas. Cada um é as suas ações, e não é outra coisa"


by Pe. Antonio Vieira

Dica do Nailor


Nota do editor do Blog: Se existe reencarnação entre Elias e João Batista, essa se deve, tão somente, nas ações. O que reencarnou, foram as ações. Quem têm ouvidos, ouça!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reveste-me, Senhor

Escrevi esta letra há um tempo. Existe ainda a segunda parte, que brevemente postarei. Tem até melodia, rapaz!

Ensina-me a fazer
O melhor para Ti

Preciso descobrir o que fazer
Para te servir melhor

Quebra o meu coração
Faz-me novo

Com a Tua a Tua remissão


Renova a aliança
Contigo, Senhor


Reveste-me, Senhor com a Tua glória

Reveste-me, Senhor com o Teu amor

Reveste-me, Senhor com o Teu poder


Com o poder que vem do alto!

Com o poder que vem do alto!

Com o poder que vem ao alto!



Atos 2:1-4

E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu Não Evangelizo!

Se evangelizar é encontrar uma pessoa na rua e com toda cara de pau dizer "Jesus te ama" e dar as costas, eu não evangelizo.

Se evangelizar é tocar hino nas praças e ir para casa se achando o máximo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é ir numa marcha para fazer propaganda de igreja e cantores, eu não evangelizo.

Se evangelizar servir para arrastar pessoas para igreja quando tem festinhas com comida e montar esquemas para ela se sentir bem-vinda somente naquele momento, eu não evangelizo.

Se evangelizar é entregar folhetos que serão jogados no chão e criará mais sujeira nas ruas, eu não evangelizo.

Se evangelizar é pregar com base para embutir culpa nas pessoas bombardeando-as com idéias de pecado e consequentemente o inferno para os maus e céu para os bons, eu não evangelizo.

Se evangelizar é convencer as pessoas a se protegerem do mundo dentro de uma igreja que acaba se tornando um bunker contra toda guerra espiritual e ofensivas do diabo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é sistematizar o Evangelho (leia-se G12)* , eu não evangelizo.

Agora se evangelizar é caminhar junto, estar presente na vida das pessoas, ser ombro amigo, chorar e rir em vários momentos, então eu creio que eu evangelizo.Afinal entendo que o maior evangelismo de Cristo, foi estar ao lado, foi comer junto e presenciar toda a aflição e alegria do teu próximo.

Creio que evangelizar é sinônimo de relacionamento. O verdadeiro evangelho não é feito de seguidores e sim de amigos.

Portanto, se evangelizar é partilhar o pão nosso de cada dia, eu evangelizo.




Fonte: Lion oF Zion Via: Caminhando na Graça
* grifo do editor deste blog.