O Poder da Palavra de Deus

"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão".
Mateus 10:34-42

"Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo". Malaquias 4:1

"De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.
Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR.
Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas".
Lamentações 3:39, 40, 57

"E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. (...)
Cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;
O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação".

Romanos 4:20-25



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Há tempo (perdido) para tudo

Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou
Para tudo há uma ocasião certa
Mas tenho muito tempohá um tempo certo para cada propósito debaixo do céu
Temos todo o tempo do mundotempo de nascer e tempo de morrer

Todos os dias antes de dormir lembro e esqueço como foi o dia
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou
Sempre em frente
Deus pôs no coração do homem o anseio pela eternidade
Não temos tempo a perder
Não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem

Nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo
Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga?
E tão sério
Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão
E selvagem. Selvagem.
todos têm o mesmo fôlego de vida
Selvagem
e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade

Veja o sol dessa manhã tão cinza
Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo
A tempestade que chega é da cor dos teus olhos castanhos
Descobri também que debaixo do sol: no lugar da justiça havia impiedade
Então me abraça forte
Comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus
E diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo
tempo de procurar e tempo de desistir

Temos nosso próprio tempo
tempo de chorar e tempo de rir
Não tenho medo do escuro mas deixe as luzes acesas agora
tempo de abraçar e tempo de se conter

O que foi escondido é o que se escondeu
tempo de procurar e tempo de desistir
E o que foi prometido ninguém prometeu
nada se pode acrescentar, e nada se pode tirar
Nem foi tempo perdido
Tudo o que Deus faz permanecerá para sempre

Somos tão jovens... tão jovens.
Deus fará renovar-se o que se passou
Tão jovens
Para tudo há uma ocasião certa

by Renato Russo & autor de Eclesiastes (capítulo 3)

Colagem by Sérgio Pavarini

domingo, 11 de abril de 2010

Glória Perez e glória a Deus

A escritora e novelista Glória Perez — que teve a sua filha Daniela Perez barbaramente assassinada no início dos anos 1990 — escreveu o seguinte em seu blog (http://gloriafperez.blogspot.com/):

“E por falar em Miriam Brandão... Um dos seus assassinos, o Wellington, teve a pena extinta e virou pastor: já é dono de 3 igrejas!!!! Sequestrou, incendiou viva uma criança de 5 anos, e hoje ganha a vida contando seu feito! Aliás, Guilherme de Pádua também! Com todo o respeito aos fiéis iludidos, parece que se tornou final de carreira para psicopatas assassinos virar pastor!”

Como evangélicos e espirituais, devemos ter discernimento e julgar bem, segundo a reta justiça, todas as coisas (1 Co 2:15; Jo 7:24). Eu posso não concordar com o posicionamento de uma pessoa não-evangélica em muitas coisas, mas tenho de reconhecer quando ela tem razão. Afinal, até o Senhor Jesus, ao ouvir uma pecadora, respondeu-lhe: “Disseste bem” (Jo 4;17).

Glória Perez tem razão em seu desabafo. Ela teve a sua filha assassinada, e com requintes de crueldade. E tem todo o direito de ainda estar angustiada e indignada com a benevolência da lei brasileira para com pessoas que cometem crimes tão bárbaros contra a vida humana.

Eu não tenho dúvida de que o Senhor Jesus perdoa e transforma os mais vis pecadores. Ele é misericordioso e piedoso. E ao infrator crucificado, ao seu lado, Ele disse: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43). Entretanto, isso não significa que os criminosos não devam pagar pelos seus crimes na terra.

Penso que alguém que queima uma criança, como Miriam Brandão, ou que assassina brutalmente uma jovem, como Daniela, como fizeram os criminosos mencionados por Glória Perez, mereça, no mínimo, prisão perpétua. Não estamos falando de um homicídio culposo, de um acidente ou de um assassinato em legítima defesa. Estamos falando de homicídio duplamente qualificado! Estamos falando de crimes em que houve intenção de matar! Os pais nunca mais verão os seus filhos. É justo que os criminosos sejam soltos depois de poucos anos e tenham uma vida normal e até zombem da família enlutada?

A lei brasileira, como eu já disse, ainda é suave em relação a crimes hediondos, a despeito de ter melhorado um pouco — o que ficou comprovado no julgamento dos Nardoni. Mas veja se nos Estados Unidos criminosos como Charles Manson, assassino da atriz Sharon Tate, em 1969, foi solto. Para os estadunidenses seria inconcebível um criminoso desse naipe ser solto e tornar-se um pastor. E os criminosos acima estão para os brasileiros assim como Manson está para os norte-americanos. Ou não?

Glória Perez parece ter alguma antipatia pelos evangélicos, talvez por causa dos mercantilistas que se dizem evangélicos. Mas no episódio em apreço ela não generalizou. Não quis dizer que todos os pastores são criminosos. Prova disso é o que escreveu, na mesma postagem: “quem ofende os pastores sérios são esses criminosos que se utilizam de uma carreira respeitável para acobertar sua psicopatia e lucrar com os crimes cometidos”.

Na verdade, Perez quis mostrar a sua indignação quanto ao fato de as igrejas evangélicas (ou pseudo-evangélicas, em alguns casos) aceitarem como pastores assassinos condenados, principalmente aqueles que cometeram crimes de grande repercussão. Já pensou se os Nardoni resolvessem fundar uma igreja, ao saírem da prisão? E, se Susane von Richthofen se tornasse uma “pastora”?

Sou obrigado a reconhecer que boa parte dos pastores e pregadores ex-assassinos gostam de contar os seus feitos da vida do crime. Lembro-me de que, na minha adolescência, o povo dava glória a Deus ao ouvir um ex-bandido dizer de boca cheia: “Não me perguntem sobre quantos eu matei. Perguntem-me sobre quantas almas já ganhei para Jesus”.

Sinceramente, tenho ojeriza desses testemunhos que exploram a vida pregressa das pessoas. Muitos fazem até cartazes: “Fulano de tal, ex-assassino, ex-ladrão, ex-estuprador, ex-pedófilo, ex-traficante, ex-pederasta”. Meu Deus! Se eu tivesse causado males à sociedade, no passado, jamais desejaria contar isso em pormenores! Faria como o apóstolo Paulo, que preferia dar ênfase à sua nova vida com Cristo, deixando claro que “as coisas velhas já passaram” (2 Co 5:17).

Eu defendo a prisão perpétua para quem comete crimes hediondos. E também reconheço que o Senhor Jesus tem transformado verdadeiramente a muitas pessoas que viviam no mundo do crime, não tendo em conta os tempos da ignorância (At 17:30). Mesmo assim, sempre duvidarei daqueles que se dizem ex-isso-e-ex-aquilo. Nunca deixaria a minha filha sozinha, por exemplo, com alguém que tenha histórico de abuso de crianças só porque ele se diz pastor ou evangélico. Por quê? Porque duvido de sua conversão? Não. Simplesmente porque sou prudente e amo a minha filha.

Criminosos que se sentem verdadeiramente regenerados por Deus e estão soltos — em razão da complacente lei brasileira —, podendo inclusive ter o privilégio de falar nas igrejas e em programas de TV, deveriam também ser prudentes. Em vez de usarem o seu passado como chamariz, em seus testemunhos, deveriam dar a Deus toda glória por Ele ter usado de graça e misericórdia para com eles.

Pela sua graça, Deus nos dá o que não merecemos: a vida eterna e a certeza de que estamos perdoados. E, pela misericórdia, Ele não nos dá o que merecemos: a morte e o inferno (Rm 6.23). Glória a Deus!

Em Cristo, que é amoroso e justo,

by Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Coisas que os cristãos gostam

Jonathan Acuff é um humorista e autor cristão americano. Em 21 de março de 2008 ele criou um blog, que virou site depois. O objetivo era simples, fazer uma lista das coisas que os cristãos mais gostam de fazer e comentar sobre elas. O site convidava os visitantes a darem sugestões e assim foi aumentado a lista.

Depois de o blog receber 730 mil visitas desde a criação, a editora Zondervan resolveu publicar o material em formato de livro e audiolivro. Ele escolheu 120 "coisas" para a versão impressa, sendo 80 inéditas até então. São 208 páginas que incluem os comentários do autor e parte dos comentários do blog. No dia do lançamento do livro (1/04/2010) o blog já contava com 740 itens. Sua lista/livro inclui uma série de pregadores/autores famosos, filmes e músicas. Vários ítens não fazem sentido na nossa realidade, pois são característicos da cultura cristã americana. Mas Acuff também enumera coisas que vemos por aqui. Segue uma seleção retirada da lista dos 500 mais comentados disponível no site:


#1 - Tentar dar um ar cristão a idéias e produtos populares

#10 - Objetos de decoração cristãos de gosto duvidoso

#12 - Criar fórmulas para melhorar de vida em "X" passos

#14 - Tratar a Deus como seu namorado

#27 - Falar sobre cristãos famosos

#29 - Não dançar

#31 - Falar palavrão só de vez em quando

#34 - Sutilmente tentar descobrir se outros irmãos também bebem

#39 - Dar opinião sobre algo que não conhecemos

#53 - Dizer "Vou orar por você" e não orar

#64 - Ter medo que o arrebatamento venha antes de você casar

#65 - Colocar versículos na assinatura do seu email

#69 - Ter um lugar reservado na igreja

#80 - Resolver tudo com "mais oração"

#81 - Chamar fofoca de pedido de oração

#94 - Bíblias de estudo com diferentes especialidades

#101- Deixar qualquer um tocar no louvor

#105 - Desejar que seu testemunho de conversão fosse mais emocionante

#107 - Domingos

#116 - Dizer "vou orar sobre isso" como sinônimo para "não"

#121 - Achar que Deus vai lhe dar um chamado seguido de muitos detalhes

#134 - Usar a Bíblia para evangelizar pessoas que não acreditam na Bíblia

#149 - Boicotar coisas "anti-cristãs"

#150 - Dizer que está "esperando em Deus"

#158 - Não usar o nome da pessoa, chamá-lo apenas de "pastor"

#170 - Repassar emails com mensagens cristãs

#188 - Julgar a fé de alguém pelo número de versículos sublinhados em sua Bíblia

#206 - Mandar recados para o diabo

#225 - Transformar os diáconos em agentes secretos

#238 - Desejar que tivesse se divertido mais antes de se converter

#259 - Pensar que fé é um evento

#276 - Fazer coisas supersantas para Deus

#302 - Prosperidade

#303 - Doar coisas inúteis para a igreja

#317 - Dizer aos outros que o sermão do domingo foi direcicionado a eles

#335 - Comparar a vida cristã com Red Bull (te dá asas)

#347 - Usar fé como moeda para negociar com Deus

#362 - Filmes evangélicos, como "Desafiando os Gigantes"

#367 - Pedir dinheiro na igreja

#374 - Emoticons cristãos como "<)><".

#375 - Esquecer quem nós somos

#383 - Fazer ameaças cristãs por carta ou email

#393 - Colocar adesivos cristãos (como o do peixinho) na traseira do carro

#402 - Pensar que Deus está muito longe de nós

#405 - Dizer "a Bíblia" sempre que alguém pergunta qual o melhor livro que você já leu

#429 - Tratar Deus como uma máquina de fazer suco

#433 - Afirmar algo que Deus nunca disse em sua Palavra

#445 - Criar um "ambiente cristão" no seu escritório

#449 - Perguntar a si mesmo se só crer em Deus é o suficiente

#471 - Dormir no culto

#482 - Falar sobre o fim do mundo

#497 - Dar nomes bíblicos aos filhos

#500 - Fazer listas


Fonte: Stuff Christian Likes via Pavablog

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio

A passagem do Novo Testamento que me levou a pensar no que escrevi nesta reflexão foi aquela em que o Mestre curou o criado de um centurião romano.

O texto é fantástico como tantos outros apresentados nos evangelhos!

Mas dois versículos que sempre passam despercebidos são centrais em todo o contexto daquele momento vivido pelo Senhor Jesus.

Refiro-me aos versículos 11 e 12, nos quais Ele diz: “... muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Um fundamentalista imediatamente diria: claro, muitos virão e se assentarão à mesa com os patriarcas se se converterem a Jesus Cristo. Contudo há uma observação simples para ser feita. O Mestre não diz que muitos virão e se converterão; Ele apenas diz que muitos virão e tomarão lugares.

Mais simples ainda fica essa leitura, quando se observa com cuidado a importância do centurião nessa história. Ele é a chave de tudo e a sua fé é o ponto de partida.

É importante lembrar que o centurião não era nem judeu nem discípulo de Jesus, logo não era membro do Judaísmo, muito menos do Cristianismo que ainda nem existia. Possivelmente, aquele centurião, como todo bom e autêntico soldado romano, era adorador de vários deuses e provavelmente do imperador romano. Numa linguagem cristã, ele era pagão, numa linguagem mais coerente, ele era um religioso politeísta.

Há ainda a hipótese de que nem religioso politeísta ele era, mas apenas um homem que de judeu e de seguidor de Jesus não tinha nada.

Uma segunda observação: ele não se torna cristão após a cura de seu criado. O texto nem relata isso, pois se ele tivesse se convertido, certamente estaria relatado. Mas não, ele permanece na condição religiosa em que se encontrava quando foi procurar ao Mestre.

Portanto, o que um texto deste, se lido a olho nu, sem as lentes da religião cristã, sem os óculos da teologia sistemática ortodoxa e sem os pré-conceitos do fundamentalismo, poderá significar a não ser que Jesus Cristo é o Caminho, a religião – e aqui entra o Cristianismo também – o desvio, e a Graça o meio através do qual Deus salva o ser humano, seja ele alguém que se converterá em algum momento ao Evangelho ou não?

Neste sentido, não dá mais para afirmar que um ser humano que passa a sua vida inteira sem frequentar uma “igreja de crentes”, irá para o inferno só porque não teve tal experiência. Graças a Deus, em muitos casos, pois há pessoas que quando resolvem freqüentar uma denominação evangélica se tornam loucas, manipuladas, bitoladas, cegas espiritualmente, enganadas, alienadas, bestializadas, e tudo o que for possível entrar nesta lista, menos alguém que de fato conheceu e compreendeu o Evangelho da Graça.

Com isso, quando muitos se convertem às “igrejas de crentes”, acreditam que estão no Caminho, quando na verdade estão no desvio. Têm uma facilidade enorme para apontar quem vai e quem não vai para o Céu, contudo, não se percebem como pessoas que carecem da Graça de Deus ainda mais, pelo simples fato de serem pessoas que não sabem fazer outra coisa, a não ser julgar o próximo.

Nisto creio e afirmo com todas as letras: Cristo é o Caminho, pois é capaz de salvar e ver fé genuína em um centurião romano, adorador de deuses estranhos, pagão e adorador do imperador, mas o Cristianismo é o desvio, pois consegue maquiar-se com as belezas sublimes do Evangelho, mas vive uma religião semelhante à dos fariseus dos tempos de Jesus, que eram zelosos e ortodoxos no que se refere à obediência ao texto, mas cegos na prática, sobretudo, por julgarem com facilidade, seres humanos que eram tão imperfeitos quanto eles.

Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este pratica as maiores e mais terríveis atrocidades em nome de Deus; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este ensina as pessoas, a ingênua e inocentemente negociarem com Deus a fim de conseguirem prosperidade financeira, como se Ele tivesse interesse em enriquecer materialmente os seus filhos; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois burra e admiravelmente se tornou a religião que menos entendeu os ensinamentos de seu próprio fundador – se é que Jesus foi o fundador desse negócio – ; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois consegue levar as pessoas a acreditarem que os não-cristãos irão para o inferno só porque não se tornaram cristãos, como se Deus só pudesse salvar pessoas por meio de experiências religiosas dentro das “paredes” da religião cristã; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois este em vez de tornar a caminhada cristã uma caminhada de liberdade e descanso, torna-a ainda mais penosa, turbulenta, repleta de regras e cargas a serem carregadas; Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, pois em vez de manter as pessoas que acreditam estarem servindo ao Jesus apresentado nos evangelhos, consegue desviá-las a qualquer outro caminho que não é o Caminho da Graça de Deus em Cristo.

Cristo é o Caminho, o Cristianismo é o desvio, por tantos outros e infindáveis motivos! Cabe agora a criatividade de cada um para continuar nesta reflexão, se é que para enxergar as discrepâncias existentes entre Cristo e o Cristianismo, seja uma tarefa que exija muita criatividade. Penso que não.

na Graça,


segunda-feira, 5 de abril de 2010

"A existência de Deus foi confirmada pelas tabelinhas de Pelé e Tostão."

Uma colagem de frases do criador do Jornal Nacional resume a vida, o estilo e a paixão pelo esporte do grande cronista.

"Achava que estava sem horizonte em Xapuri. Saí do Acre com 17 anos. O Acre é uma magia. É o único estado que é brasileiro por devoção. É uma causa da humanidade. Cheguei ao Rio de Janeiro em setembro de 1944. Nunca tinha visto mar, asfalto, bonde e automóvel. Só tinha conhecido um carro na minha vida. Minha intenção era continuar a carreira de pilotagem, iniciada no aeroclube de Rio Branco. Voar de ultraleve não é um acaso na minha vida. É destino. Troco dois pés em bom estado de conservação por um par de asas bem voadas. Mas tenho a alma, a palma e o coração de jornalista.


Também tenho sorte. Em junho de 1954, depois da derrota do Brasil para a Hungria na Suíça, eu esperava no vestiário quando ouvi um barulho enorme no túnel. Era uma pancadaria generalizada. Enfiei uma câmera pelo basculante do vestiário e fotografei, sem querer, o Zezé Moreira, que era técnico da nossa seleção, arremessando uma chuteira no rosto do ministro de Esportes da Hungria. Se eu não gostasse tanto da vida, esse seria um bom momento para morrer. Fiquei bastante popular entre os jornalistas.

Na madrugada de 5 de agosto, menos de quarenta dias depois, eu estava entrando em casa quando presenciei o atentado contra Carlos Lacerda. Pedi ao Pompeu de Souza, secretário de redação do Diário Carioca, para não fechar a edição. Ele determinou que eu redigisse a reportagem na primeira pessoa do singular. Foi a primeira vez que se utilizou no Brasil essa técnica jornalística.

Gosto de política, mas prefiro esporte e, entre todos os esportes, futebol, o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Bola é magia, bola é movimento. Brinquedo mágico que se submete suavemente à vontade do homem. Por isso, respeitemos no árbitro, ao menos, o sofrimento de estar ele no meio da brincadeira sem poder brincar.

Brincar com a bola é descobrir a harmonia e o equilíbrio do universo. A Terra é redonda (e gira em torno de Pelé). Deus é esférico. A existência de Deus foi confirmada pelas tabelinhas de Pelé e Tostão. O futebol não aprimora os caracteres do homem, mas sim os revela. Futebol é uma religião pagã, em que as pessoas se encontram para adorar a bola.

Para entender a alma do brasileiro, é preciso surpreendê-lo no instante de um gol. Nosso povo não canta o hino no dia 7 de setembro, mas sim quando a Seleção joga. É nesse momento que sua manifestação cívica é mais ardente. Amar um clube é muito mais que amar uma mulher. Ao longo da vida, troquei de namorada, sei lá, mil vezes. Jamais trocaria o Botafogo, nem por outro clube nem por nada neste mundo.

Um dia, consumido de saudades botafoguenses, escrevi um breve poema sobre Nilton Santos: ‘Tu em campo parecias tantos / e, no entanto - que encanto -, eras um só: Nilton Santos!’. Nilton não era um jogador de futebol, era uma exclamação. Minha memória é um feixe de deslumbramentos. Fui mal acostumado pela contemplação da utopia.

Vi Pelé, tão perfeito que, se não tivesse nascido gente, teria nascido bola. Vi Garrincha, para quem a superfície de um lenço era um enorme latifúndio. Driblar com as pernas tortas, e driblar como ninguém, eis o mistério de Garrincha que eu não ouso explicar. E vi Didi, de chute oblíquo e dissimulado como o olhar de Capitu. Vi o Real Madrid dos anos 50, mas vi sobretudo o Santos e o Botafogo da virada daquela década.

Nos jornais e na TV, passei a vida procurando palavras, não necessariamente a mais bela, mas a exata. A palavra é como o ser humano: nasce, cresce e morre. Mas tem sobre nós a vantagem do renascer. Sofro tanto no processo da escrita que hoje acho que muito melhor que escrever é ter escrito.

A TV conjuga um verbo irresistível que é o verbo mostrar. Fazer o Jornal Nacional tornou-se rotineiro, mas certos fatos obrigam um jornalista a celebrar de joelhos o fato de estar vivo. A chegada do homem à Lua, por exemplo. Ou a vitória do Brasil na Copa de 70. Aquela e a de 58 foram as mais românticas das seleções. Qual teria sido a mais perfeita? Fico com a que triunfou na Suécia. Reluzia e suava. Suava e reluzia. E o ataque juntava nada menos que Pelé e Garrincha.

Não sei o que virá depois, mas tenho uma desconfiança: quem morre muda, e quem muda melhora. Tenho notado que os meus amigos que morreram melhoraram com a morte. Eu não a desejo, mas também não vejo na morte o fim do mundo. É só uma grande mudança. E pode ser o começo de outro mundo."


by Armando Nogueira


Fonte: Revista VEJA

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Eu sei o sentido da Páscoa

Diante de tantos coelhos, ovos, chocolates e do famigerado apelo comercial, o que nos resta da Páscoa? Na verdade a pergunta não seria essa, pois essas coisas supracitadas que são o resto (Mt 6:33)!

Para aquele que crê no Redentor de nossas vidas, a Páscoa tem um tempestivo significado: o sacrifício (Ef 5:2) e ressurreição (1Pe 1:3) de Jesus Cristo.

O primordial desse sacrifício, foi o impacto que causou na vida de todos nós. Pois sacrifícios, existem muitos na história da humanidade. Contudo o sacrifício de Jesus é único, haja vista, que foi um sacrifício para salvar toda a humanidade, e não só um grupo ou etnia. E seria muito heróico, eu ou você, querermos morrer para salvar a humanidade da condenação eterna, sobremaneiramente não teríamos poder para tal. Jesus tinha (tem), pois ele é o Cordeiro de Deus (1Pe 1:19). Ele tinha (tem) esse poder porque era o próprio Filho unigênito de Deus, o Criador (Jo 3:16). Ele era (é) o próprio Deus! (Jo 12:45) E quem tem poder maior do que o Todo-Poderoso?

Entendendo todo o propósito da criação desde o Éden até hoje, fica fácil entender o que a Páscoa realmente significa para mim e para você.

Agora tem mais sentido e ficou mais emocionante comer o meu ovo de páscoa: Vou celebrar que o MEU REDENTOR VIVE! (Jó 19:25)

Obrigado, Jesus!

publicado pela primeira vez em 08/04/09